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Toda Forma de Amor
Capítulo 36
POV da Lua
A tão aguardada Noite de Gala chegara. Coloquei
um vestido drapeado, bem claro, tomara-que-caia, marcado na cintura e
rodado em baixo (see). Deixei Mel, Ray e Sophia se arrumando em nossa
suíte e fui encontrar o Arthur que já me esperava no saguão para
me acompanhar. Ele estava lindo. Lindo, não, pois sempre fora.
Estava perfeito.
- Perfeita… - Veio ao meu encontro e me
abraçou docemente. Coloquei meu rosto em seu peito e pude sentir o
cheiro do perfume que ele usava desde os 14 anos. O melhor cheiro do
mundo. Perto dele, me senti protegido e pude dizer, finalmente, o que
guardei pra mim mesma o dia inteiro:
- Thur…
- Princesa…
- Eu estou com medo.
- Medo de quê, meu amor? - ele perguntou me
envolvendo mais em seu abraço.
- Não sei. Mas estou com medo. Uma sensação
ruim…
- Isso é coisa da sua cabeça, Miojo.
- É… Pode ser que sim. - me agarrei mais ao seu
corpo, desejando passar a noite ali, no aconchego daquele abraço.
Mas ele se afastou. Pegou em minha mão e levantou o meu queixo
fazendo-me olhar em seus olhos:
- Nada de ruim pode acontecer. E mesmo que
aconteça, lembre-se: Eu te amo. Muito. Eu te amo demais. E saiba que
sempre estarei com você. Nas horas boas e ruins. Sempre, ok?
- Ok. - falei preocupada com sua declaração de
amor súbita. Mas depois relaxei e completei: - Eu te amo.
Nos beijamos por algum tempo e fomos para o salão
principal, onde rolaria o jantar de gala. Alguns minutos depois,
nossos amigos foram se juntando a nós. Jantamos muito bem, havia um
prato mais gostoso que o outro. Quando a refeição foi dada por
encerrada, começariam as homenagens e agradecimentos. Nossa família
era a principal homenageada da noite, afinal de contas, vovô foi o
fundador da Rede de Hotéis Blanco e esta era passada de geração à
geração. O projetor de slides foi montado em questões de segundos
e logo após, assistíamos atentamente a apresentação feita pelo
sócios do meu pai. Eles falaram sobre o orgulho que sentiam de
trabalhar para minha família e blábláblá. Todo mundo sabia que
aquilo era pura balela e puxação de saco. Os segundos foram
passando e eu ficava cada vez mais nervosa. Comecei a ficar inquieta
e suar frio. Ao menos sabia porque estava assim. André subiu no
palco, que fora montado somente para a ocasião, e começou:
- Boa noite, senhoras, senhores. É como prazer
que venho aqui esta noite, presta a minha homenagem e o meu
agradecimento à esta família tão especial para todos nós. - Tudo
bem, ele foi muito medíocre: Sim ou Claro? - Bom, hoje eu vou
repassa a trajetória da família Blanco começando por uma pessoa
muito especial pra mim, particularmente… - Ele me olhou e eu senti
Arthur ficar tenso ao meu lado. Segurei sua mão e olhei-o:
- Ei… - Pisquei e ele sorriu de volta.
- Vocês sabem que é essa mulher? - André
mostrou o primeiro slide no projetor. Era a foto de uma mulher loira
e muito bonita. Ela tinha olhos verdes e o cabelo como o meu. - O
nome dela é Rita…
- ANDRÉ! - Papai se levantou da cadeira, mas
Daniel o puxou de volta e, triste, sussurrou algo em seu ouvido.
- Rita Maria era uma garota de programa,
lamentavelmente. Um dia, conheceu um homem que ofereceu-lhe uma boa
quantia pra ser uma… digamos… “barriga de aluguel".
- Ai não! - Arthur murmurou do meu lado. Eu não
entendia patavinas.
- Bom, os senhores devem estar se perguntando:
“Mas o que a família Blanco, ou melhor, o que qualquer um de nós
tem haver com isso?". Bom, deixem-me explicar-lhes tudo desde o
começo…
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